A Semana Santa em Arari, localizada na Baixada Maranhense, começou com um clima de frustração e indignação. A prefeita Simplesmente Maria (MDB), por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, promoveu uma licitação de grande valor para a aquisição de peixes destinados à população durante este período significativo. Contudo, o que era suposto ser um gesto de apoio às famílias de Arari se transformou em um escândalo, uma vez que os peixes apresentados eram de qualidade extremamente questionável, levantando acusações de superfaturamento.
O pregão eletrônico 002/2025, que teve como vencedora a empresa F L Pescados, Mariscos e Frutos do Mar Ltda, previa o fornecimento de 20 toneladas de peixe, cotando R$ 17,00 por quilo, totalizando a quantia de R$ 340.000,00. Segundo o edital, esperava-se que o peixe a ser entregue fosse tambaqui ou similar, em condições adequadas para o consumo. No entanto, a realidade demonstrou ser bem diferente: o que foi entregue era pescado de qualidade inferior, congelado, que ao ser descongelado se desmanchava, muito longe dos padrões anunciados, e, conforme relatos, já havia sinais de deterioração.
A vereadora Aurinete Freitas (MDB) utilizou suas redes sociais para denunciar a situação alarmante, expressando a insatisfação da população. A indignação ganhou forças rapidamente no município, com residentes comentando sobre o odor desagradável e a aparência de deterioração do produto recebido.
Além da qualidade duvidosa do produto, o preço do contrato gera dúvidas. A cota de R$ 17,00 por quilo é consideravelmente superior à média de mercado para peixes de qualidade inferior, especialmente considerando as reclamações de que muitos estavam podres, indicando um evidente possível superfaturamento. Todo o total de R$ 340 mil estava destinado exclusivamente para as festividades da Semana Santa, o que torna o gasto ainda mais controverso, uma vez que não existe previsão de utilização do contrato em outros momentos.
A administração de Simplesmente Maria agora se vê sob intensa crítica, não apenas pela má gestão do projeto, mas também pela falta de transparência e cuidado com os recursos públicos. A comunidade de Arari exige respostas e ações concretas, enquanto o caso pode também escalar para instâncias judiciais, com investigações sobre as possíveis irregularidades na licitação e na execução do contrato. Esta situação evidencia a urgência por uma fiscalização rigorosa e a participação ativa da população na gestão pública. Assim, a Semana Santa de 2025 em Arari será lembrada não por momentos de solidariedade, mas pela frustração e pela luta por justiça.
