Famílias do Residencial Santos Dumont conquistam suspensão da ordem de despejo em São Luís

Mais de 380 famílias que vivem no Residencial Santos Dumont, localizado na zona urbana de São Luís, comemoram uma importante conquista na luta pelo direito à moradia. Uma decisão judicial recente suspendeu a ordem de reintegração de posse da área, que já tinha sua efetivação autorizada por sentença definitiva.

Há mais de 15 anos, essas famílias ocuparam o local, erguendo suas casas e estabelecendo comércios e igrejas que passaram a formar a base da comunidade. Com o tempo, foram implantados serviços públicos fundamentais, como pavimentação de vias, iluminação, drenagem, coleta de lixo e equipamentos comunitários, evidenciando a consolidação do bairro como unidade urbana.

Essa suspensão foi conquistada através de uma Ação Civil Pública ajuizada pela Defensoria Pública do Estado do Maranhão, por meio do Núcleo de Moradia e Defesa Fundiária. A iniciativa busca a regularização fundiária da região e, segundo os defensores, o resultado positivo pode abrir caminho para outras comunidades que vivem situações similares no estado.

Na última segunda-feira (14), uma visita técnica organizada pela Comissão de Soluções Fundiárias do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) confirmou a realidade consolidada da ocupação. Sob a coordenação do desembargador Gervásio Protásio dos Santos Júnior e com a presença do defensor público Éviton Rocha, os membros da comissão dialogaram com os moradores e constataram que muitos residem no local desde 2006.

O defensor Éviton ressaltou a importância de decisões judiciais que considerem o contexto social e urbano, evitando que sentenças mesmo definitivas causem danos maiores ao retirar famílias de bairros consolidados. Ele destacou que a mediação é um caminho eficaz para assegurar a dignidade dos moradores, reduzindo impactos sociais negativos e prevenindo violações humanitárias.

Além disso, a Comissão de Soluções Fundiárias reafirmou seu compromisso de dialogar com os proprietários da área e com a Prefeitura de São Luís, visando construir uma solução definitiva que respeite os direitos de todos os envolvidos. A Defensoria Pública seguirá atuando pela garantia do direito à moradia digna, especialmente em regiões onde a ocupação já está consolidada, protegendo os moradores contra ações que desconsiderem os aspectos sociais dessas comunidades.

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