Por meio de projetos de extensão voltados para a formação cidadã e a valorização da diversidade cultural, o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) Campus Pinheiro tem se consolidado como um agente de transformação social nos municípios de Pinheiro e São Bento. Coordenadas pelo professor Claudeilson Pinheiro Pessoa, duas ações recentes envolveram estudantes, professores e agentes culturais em atividades voltadas à reflexão crítica, ao fortalecimento da cadeia produtiva da cultura e à promoção dos Direitos Humanos.
Cinema como ferramenta de escuta e reflexão
O projeto “Cine Clube Antropológico ‘Nas Margens’ – olhares etnográficos” promoveu sessões mensais de filmes independentes dirigidos por cineastas de minorias sociais, com temática voltada a Direitos Humanos, diversidade e diferença. A cada exibição, realizada em parceria com o NEABI (Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas), o público – em especial alunos de escolas vizinhas – participou de rodas de conversa coordenadas por mediadores treinados. A seleção dos títulos exibidos buscou privilegiar produções etnográficas capazes de revelar novos modos de existência, valorizando a alteridade e a potência política do olhar audiovisual. A avaliação do projeto, feita a partir do domínio dos conteúdos e da participação nos debates, apontou expressivo ganho na consciência crítica dos participantes e no desenvolvimento de habilidades de análise sociocultural.
Formação para o protagonismo cultural
Voltada para o empoderamento de comunidades tradicionais, a Oficina de Elaboração e Organização de Projetos Culturais e Portfólios capacitou 80 agentes culturais de Pinheiro e São Bento. Estruturada em dois turnos – manhã para introdução às políticas culturais, patrimônio material e imaterial; tarde para elaboração prática de projetos e portfólios – a ação guiou os participantes na leitura de editais dos órgãos de fomento (Secretaria de Cultura, Ministério da Cultura e fundações afins) e na construção de portfólios profissionais. Monitores do projeto aplicaram dinâmicas e estudos de caso, enquanto o NEABI deu suporte conceitual. “A avaliação, baseada em critérios como oralidade, poder de síntese e apropriação dos conceitos, indicou que os cursistas saíram mais habilitados a captar recursos e a promover seus saberes e fazeres culturais”, afirmou o coordenador do projeto.
Compromisso com a transformação social
Os dois projetos coordenados pelo professor Claudeilson destacam o compromisso do IFMA Pinheiro com a extensão como um importante vetor de transformação social. Através do uso do cinema como ferramenta antropológica e da capacitação técnica em instrumentos de gestão cultural, o campus amplia o protagonismo de jovens, educadores e agentes de cultura, contribuindo para uma rede sociotécnica engajada na preservação do patrimônio imaterial e na promoção de vozes historicamente silenciadas. Os resultados já estão sendo compartilhados em seminários internos, artigos acadêmicos e eventos comunitários, projetando o IFMA como referência em práticas extensionistas criativas e inclusivas.
